domingo, 3 de novembro de 2013

Rita Santana - escritora


Rita Santana / Foto: Edgard Navarro



Diário da Separação

Ele vai e volta!
Cada vez mais perdulário dos meus perdões.
Cada vez mais disposto a cobrir de velários
Meus velórios matutinos.
Ele chega menino e se vai vilão,
Zorro assombrando minhas carnes.

Mostra-se quase factível de mudanças,
Mostra-se quase afeito aos meus caprichos de fêmea.

Inferniza minhas ínguas, lambe minha pelve:
– Perverso!
Deposita escarros nos vasos da minha Casa.

E vai-se, Tarzan depois da gripe.
Enredado em seus cipós,
Distante do chão-pergaminho
Das minhas Vertentes.




Catedral de Marfim

Ele atropela regras de pertencimento
E toma posse dos meus feudos,
Naufraga em meus açudes rasos,
Desperta carícias clandestinas
Na corporeidade do desejo.

Decifra meus rastros arrastados no chão da Casa,
Lambe o osso exposto do meu sexo,
Rompe seus votos de castidade,
E me põe à vontade em sua Catedral de Marfim.

Ele é assim, afeito aos meus mistérios
E dono testamental dos meus dotes.

(e outros poemas)


















                O QUARTO
                                                Rita Santana


O amanhecer aqui, como em tantas partes, possui a litania dos sobreviventes, peculiar. Prosseguir não é nada fácil, não é doce, exceto aos dóceis, aos dúcteis, esses potentados herdeiros das débeis dádivas divinas, dos assomos e acintes das castas castas. Ou então, aos bem aventurados que vieram ao mundo com as partes pudendas voltadas para as emanações lunares. De resto, só pedras, calhaus, cascalhos, mais pedras, pó e sal. Pó aos que perseguirem quaisquer saudades de um futuro que não vingou ainda. Pó àqueles que enfrentarem face a face a cara da Medusa, musa absoluta e palpável dos que morrem em horas dispersas do dia, e durante a noite sonham com olhos abertos e a alma dilacerada, em chagas, em chamas. Pó àqueles que, contudo, ainda sobrevivem. Pó, enfim, aos que ousam o verbo.
Estou aqui, num quarto todo limpo e luminoso. O branco grudado nas paredes sugere um ambiente de luz infinda. Todas as manhãs crepitam crepúsculos inóspitos, e o primeiro pensamento que me vem é de infelicidade. Mesmo no desespero do sempre, eu desperto e luto, luto contra esta sensação advinda de lonjuras, onde não chego nunca, em mim talvez, ou no mundo que é mais vasto e pode sediar agruras e agouros. Minhas armas são afirmações declaradas de equidade.
As noites são abusivamente noturnas, povoadas com cenas do passado, onde os cadáveres pretéritos decidem simultaneamente a saída das tumbas, sim, pois que estão mumificados em minha memória servil. Ontem ainda, a rasga-mortalha rasgou com as asas a cortina da noite, proclamando a minha morte seguinte, aviltando, desde então, o meu dia vindouro. Com o seu grito agudo e oco bater intermitente de bico, todas as mulheres encarceradas deste quarto gemeram, menos eu. Só eu permaneci dormindo meu sono acordado, vigília constante que as bolinhas brancas não conseguem apagar. Criei resistências, a cada dia crio mais resistências, físicas e orgânicas. Os sobreviventes são assim, renitentes. Sim, eu tive medo, tive muito medo, mas e daí? Quis colo, senti sede e fome, senti rancores, ódio e medo, muito medo, mas e daí?
Elas são três e não têm rosto, existe apenas a fundura impenetrável dos olhos e a semelhança na ausência de peculiaridades faciais. São iguais a mim na sorte. As roupas são as mesmas sempre: um guarda-pó branco de botões dourados, uma pétala de mussenda-rosa no bolso esquerdo, e no direito muitas bolinhas brancas para “distrair as idéias”. As sapatilhas são forradas com lantejoulas douradas para combinar com os botões, tudo muito direitinho. O quarto é todo limpo e luminoso, o branco grudado nas paredes se estende pelas camas de cimento. As paredes são altas e lisas, nada há de crespo nesse universo, onde o total é único. Muito próxima ao teto, uma janela sempre aberta. E é para lá que temos, todas nós, os olhos voltados agora. Todas nós.
Meu pensamento vai trazer-te até aqui, onde eu me escondo e me restabeleço do mundo. Sou mulher de muitas paisagens interiores, e descrevê-las tornou-se o meu ofício. Ser flutuação de abismos e plantação de mandioca. Ser, ser e ser. Eu quis ser em demasia, quis existir demais, exagero de existência, por isso tão doída, por isso tão doida. Para que o amontoado de palavras traga-me pistas de um farelo de pensamento capaz de restituir-me à estrada, eu escrevo. Da infância, ficou aquela sensação de que o meu pensamento representava a única existência possível, o mundo só existia porque eu o pensava. Por isso me penso tanto e me perco tanto.
Por hora, deixa eu contar o que se passou comigo. Nós já éramos separação irremediável, eu e você. Estávamos delidos, afinal, não tivemos, de fato, uma estória. Tivemos, isto sim, breves ensaios com cenários apropriados, marcação perfeita, e um texto aberto, aberto demais para a objetividade concreta do mundo. E aí nos perdemos nas possibilidades de leitura. Nada, de fato, dito. As entrelinhas nos esmagaram, e o orgulho silenciou todo o resto. Agora, João habita em minha vida sem versos ou sonhos. Mas não esquece, meu querido, que o instante abriga o ido e o vindouro, e que isolar o momento é negar a continuidade do Absurdo.
Era muito tarde para ter um quarto. A miséria instituída não permitia isolamentos e, com o advento João em minha vida, o quarto surgiu como um grande susto. Era engraçado e confuso porque eu poderia dizer “meu quarto”, mas e ele, João? O que fazer com ele? Os quartos são adeptos da antecedência, daí, a solução: tantos anos sem João ali, comigo. Era preciso ser feliz sem invasores, sem bárbaros, e o marido é sempre um bárbaro, sabia meu querido? Pois bem, as paredes permaneceram brancas e vazias, toda a cor ficou o tempo inteiro ausente, e os meus olhos percorriam os cantos em busca das referências, das lembranças, das marcas. O desejo ficou amarrado ao pé da cama, desejo de brincar com o meu mundo de significações pessoais, fazer daquele espaço um recanto de relíquias. Eu não conseguia, os quartos são adeptos da antecedência. Tudo era o vazio das paredes. Comecei a perder o pé das coisas ali, nas paredes vazias do meu quarto. As vozes daqueles dias com João me perseguem até hoje, eram vozes que viviam voando da minha boca com asas de libélulas...
- Rogo por tua velhice, João. Só para saborear a eternidade que quero contigo. Enquanto houver cio em teu sangue, perecerei de ciúmes cênicos e sofrerei com teu cinismo seco, arvorando sorrisos ante o meu cansaço.
- Madalena, eu...
- Dê-me tua mão, João. Tens mãos de fêmea meu bem, e bravores de um Deus todo maldito. Acontece, João, que tu és, em amplitude, um homem. Com mãos de fêmea, é verdade, mas um homem. A mulher que te pariu é uma serpente.
- Maldizer a minha própria mãe, Madalena! A casa...
- Falo de sapiências, João, de sapiências. João, meu bem, o zelo de tua casa me consome os anos, os sonhos, os planos. As borboletas amarelas fecham-se e não mais retornam quando pisas em casa. O ar arrasta os aromas da tua ausência. Só o teu cheiro impera. Sê maleável, João, tira o calçado, o mundo inteiro te acompanha, quero-te em poeira própria.
- Deita um pouco Madalena...
Sentia. Tudo que sentia era uma fraqueza no pensar, um tremor de idéias abalando as mãos, e o meu corpo todo parecia repetir movimentos, os dentes raspavam na boca um gosto de secura que a saliva não amaciava. Naquelas horas, uma comoção me exaltava os ânimos, buscava a pia e lavava pratos, muitos pratos, todos os pratos da casa e das casas vizinhas, pratos limpos, pratos sujos. Nunca consegui tocar nos copos, os copos abrigam bocas, impressas bocas que mangam de mim, e eu não gosto. Eu tinha medo, muito medo dos copos.
- João, meu bem, ando tendo ânsias de divindades. Não me peças para dizer além. Tem paciência, João, cedo ou tarde recupero a distinção das coisas. Tenho tido francos prazeres ao banho. O corpo adquire uma dimensão erótica que o resto do dia não me proporciona. Toda a flacidez adquire um ar possuível, tocável.
- Madalena, eu posso...
- ... e eu desejo o meu próprio corpo, João, tocando-o em funduras, moleiras. O espelho ainda ousa revelar indesejares. Confesso negligenciar tais pavores. O que fazer, senão aceitar a corrupção fértil do tempo?
- Isso são sandices, Madalena, sandices.
- Exegeses, preces, fragrâncias, ervas, bulas, burlescas saídas tenho buscado para escapar das lituras que riscam minha alma. Tem paciência, João, ainda aprumo os rumos, dou-te um filho.
- Há no seu olhar um ontem que não havia, telepatia que não acompanho, não aprendo, não contento. Quero olhar mais os teus dias Madalena. Permita-me.
- João. Tuas palavras são tardias. A ambrosia tem-me deixado iludida de contentamentos, tenho frequentado o leito de Deus todas as noites e engravidado de orgasmos exuberantes. Vem daí o o meu dilatar uterino progressivo, tenho parido filhos do Criador. João, meu bem, o mundo não vê, mas me sinto saciada, satisfeita, santa. Traze a cicuta, João, para brindarmos a minha divindade oculta.
- Basta, Madalena, basta!
Meu querido, hoje tenho um quarto todo limpo e luminoso. Vejo o meu pensamento exposto em minhas mãos, trêmulo. E também eu tremulo, tremulo. O mundo continua sediando agruras e agouros. João perdeu-se arrastado pelo vento, pois, meu querido, o vento leva tudo, o vento é vassoura do tempo, arrasta a gente pra longe, pra terras de nunca. O amanhecer aqui, como em tanta gente, é turbilhão de pavores, mas eu luto. Luto contra o aniquilamento que nasceu comigo e que me carrega, e carrega os meus todos, minha gente, meus semblantes, minhas paisagens. Continuo grávida de Deus, por isso, ainda ouso o verbo. Em João ainda encontro respostas. Quem recebe meus preceitos e os observa é quem me ama. Quem recebe meus preceitos e os observa é quem me ama. Meu querido, quem me ama? João, o preferido entre os preferidos, quem me ama? Quem recebe os meus preceitos e os observa é quem me ama? E o quarto? Quem recebe, entre as mãos, os meus peitos, é quem me ama? Quem observa os meus defeitos e os recebe, é quem me ama? E o quarto? Lave os pratos, Madalena, vá rezar. E o meu quarto? Por isso tão doída e tão doida. Por isso tão doida. Eu, Madalena, doida. Eu quis ser em demasia. Quis existir demais.
O amanhecer aqui...




Conto do livro Tramela.
Foto: Edgard Navarro



RITA SANTANA - Sou uma mulher negra, apaixonada por palavras. A atriz não se aparta nunca de mim, serei atriz sempre. Sou escritora porque vivo da escrita, sem ela feneço, morro. Sou uma educadora apaixonada pela formação do cidadão leitor, pensante, falante. Eu sou de Ilhéus.


http://barcacas.blogspot.com.br/2011/03/normal-0-21-false-false-false_25.html
http://barcacas.blogspot.com.br/ 
http://diversosafins.com.br/?p=4848
https://www.facebook.com/rita.santana.988?fref=ts

João Vanderlei de Moraes Filho - POETA [Conferênca de abertura]




UNO
Tríade para encantamentos





UNO


A pesca era sempre do lado de lá.

Havia uma neblina fina escondendo
a outra borda do rio. Ele estava cheio,
pouco a pouco foi atravessando
suas pedras e o leito estreito, quase
morto.

Ficávamos muito tempo por ali, olhando
o desenho da flor d’água
estilhaçada pelo vento,

que insistia arrastar aqueles barcos
para outros cantos além do horizonte.

Toda viagem guarda um tanto
do porto, um pouco de nós,
algumas doses de sustos
e uma pena solitária
riscando o horizonte.

O rio, em verdade,
estava sempre cheio,
mesmo quando os barcos
pisavam na lama
calejando o dia
com nossos pés
descalços.




ÁRVORES CITADINAS


A árvore sombreia o silêncio
da tarde azulada. No varal,
um arco-íris veste a serpente

despercebida, instigando
os olhos curiosos do gavião.
Sobrevôo o arrebol e canto.

As borboletas laminam o vento,
enquanto a árvore permanece
dançando à sombra do firmamento.

Qual verbo escapará ao princípio humano
e ao fim riscado faz tempo? E aqueles galhos,
e aquela sombra?

Queimam na fogueira sagrada dos homens.




PÓSTERO
Para Alcides Santana


Palavras atam a fé
no interdito entre o sol
e a lua. Orientam-se
o tempo todo por ali,
por aqui; pelo sim, pelo não.

Seguem os ponteiros dos
segundos, minutos, horas
a fim de voltar à Caverna:

estrelas recheadas na parede
de pedra e cal, aquela iluminada
por espadas e pelo brilho de olhos.

Um verbo aciona
o lançamento das palavras
e elas vão, e elas vêm;

ficam atadas na claridade do sol,
da lua, em nossos olhos,
nas páginas rasgadas

muito além do ontem,
muito além do amanhã.
Todavia,

no papel se desfaz
depois de clarear
a imensidão de um livro fechado.




COLHEITA


Regar os olhos
à flor da pele
sem a gota d’água
entardecida.

Qualquer horizonte,
no risco da mão,
avermelha
a tarde despida
em nossos braços.

Cada pétala
espinha o cheiro
esvaído da paixão
desenhada no gira sol
apontado para o sagrado
coração de Jesus: risco
universal da retidão.


O azul modelando a tarde
rajada de laranja avermelhada
raspa dos olhos o segredo diário
de vestir-se um dia de cada vez.

Sujos de tempo.
Com lágrimas... café preto,
vinho, enchemos a mesa e o prato vazio.




AMANHECIDO


Amanhecer flor orvalhada
na primavera escolhida
pela estrela maior, sem dores
de ontem, nem do futuro,

se agora a lei é lapidar
cada pétala com o cheiro
de brisa caída suave sobre
os minutos que nos levam
a lugar nenhum.

Lá vem um brilho, e outros tantos,
a escuridão, dimensões do longe,
dos laços enfeitados daquele sapato
que surge do nada.

Não há necessariamente desejo
de entendimento: um brilho é um brilho,
uma flor orvalhada é aquela que nos mata
a cede na manhã escolhida.

Voar por entre rosas
sem ferir espinhos
revelar-se cor,

tragando uma gota de orvalho.



PRIMEIRA PESSOA
À Ihami Omin’inlê


A primeira vez que vi a lua
havia um risco entre as estrelas
e uma poesia incandescente
galopando em meu peito.

A primeira vez que o mar
esticou meus olhos para longe
da margem esquerda de meu destino
floresceu um Messias no jardim de meus quintais.

Na primeira vez, havia cinzas
das páginas derradeiras do medo.

Na segunda, a lua ensolarava
o silêncio do universo.

Na terceira, o mar batizava
nossos passos para o infinito.

Desde então, navego habitado
por espelhos e pedras polidas

de onde avistamos
o vazio.




ANTÍPODA

Esculpindo o silencio
aprisiono um pássaro.
Ele está no canto da parede

pálida, rebuscando o barulho
desatento de tantos dias livres.
Voar desbota fronteiras.

Ele pousa, à noite, seu destino estrelado
na fogueira de árvores inteiras.
A madeira estalando labaredas

é um canto de carretilha
esfolando o silêncio talhado
na parede desenhada. Pássaro

e canto... Ele sonha e livra o silêncio
de sombras presas aos nossos olhos
envaidecidos de incansáveis faíscas.




CANTO PARA HORIZ
a Cartagena de Índia,


Pôr o sol em teu mar
navegando em tua pele
um cavalo marinho.

Preciso mergulho
silenciado no olhar
claro azul celeste.

Esgotada a noite,
leve brisa sobrevoa
tua armadura rósea
iluminando o retorno
do vasto dia cavalgado.

Não há pássaros
sobre a flor d`água transbordada,
apenas luz, lacrimejada,

oferecendo-nos o horizonte.




IMPERATIVO DO BEIJA-FLOR


Navegada em si,

todos os portos
invadem manhãs
neste cheiro doce
de mulher desenhada.

Onde alimenta suada
a clara voz do dia ?

Onde tua flor regada
feri o sentido riscado na pele ?

Em chão rueiro,
me orvalha invadida,
voando sobre jardins ...



CUMPLICIDADE

Nosso amor
não cabe na monotonia
do dia de amanhã.




ÓLEO SOBRE TELA


Estavam desenhadas estrelas
no receio da noite, navegavam
silêncios entre vaga lumes
e o brilho de nossos olhos.

Nenhuma lua nem cantos de pássaros
rondavam a fuga das estrelas cadentes,
apenas o esquecimento arranhava
alguns sussurros e devaneios enluarados.

Não é mesmo fácil driblar
o contentamento da noite
e seus Deuses incandescentes.

Assentar-se. Esvaziar-se. Iluminar-se.
Ausentar-se. Calar-se. Ajuntar-se.
Se fosse o azul da noite claro, escurecia-me.



PEDRA DA BALEIA
À Yemanjá Ogunté e Averequete


A labareda clara da lua incendeia
a solidão da noite, e nada parece
iluminar os olhos do dia. Apenas
uma estrela amarelada apaga

o canto do que poderia ser um samba empretecido
cheio do rio por onde o farol segue o caminho
do azul celeste e branco. De lá, da lua e do farol,

margeiam a bênção em uma só mão navegada:

aquela estendida no leito da fé assentada
em fogo de olhos doces e serenos
de um pescador em busca de alimento.



CASA DE BARRO
Para Helena, Sophia e Boroni Arô Iku


O leite derramado dilacera
a inevitável fome da vida
guardada para o outro dia.



HERMANADAS
Para Rómulo Bustos Aguirre y las putas vírgenes de García Marques.


Estoy en la Plaza del Centenario,
Cartagena de Indias, pero mis pies
caminan en la Heroica Cachoeira,
margen izquierda del rio Paraguaçu.

Estoy en la Plaza del Reloj,
São Felix, en la otra margen del rio,
pero camino en Cartagena de Indias.

Estoy en los poemas de Pedro Blás Julio Romero.
Estoy en las calles, en Getsemaní.
Tal vez Raúl Gómez Jatín o un ángel clandestino
me regale colores del viento, de las nubes gris, un
punto de seguimiento .

Estoy amurallado
frente la ventana
donde habito
puertos de mi cuerpo

lleno de lunas,
danzas y nostalgia.

Sin, yo escucho el reflejo
de las estrellas foscas
dibujadas en esta canción
atragantada. Ojo hermano,

ya somos silencio
en blanco.




CONTEMPORANEIDADE
A Albino Rubim

Em instantes o futuro
se acostumará com o passado
presente frente ao espelho.



BOGOTÁ
Ao poeta Juan Carlos Ensuncho


Guardo a chuva
cotidiana, habitada
por caminhos distintos
e insistentes pingos
na frieza da cidade.

Desperto o brilho
do orvalho
regando cores
em jardins
despercebidos.

Sigo pássaros, o tempo eclipsa
nossos olhos lacrimejados,

seqüestra o aroma das ruas,
das casas molhadas com raios soprados
pelo sol.

O tempo encanta o futuro
e semeia a sombra por onde passamos
em silêncio, desenhando à Santa Fé
do verbo inicial.




João Vanderlei de Moraes Filho - Graduado em Letras Vernáculas/Literatura Brasileira pela UFBA (2003), é professor e gestor cultural com experiência no terceiro setor e poder público. É mestre em Cultura e Sociedade pelo IHAC/UFBA. Pesquisador em formação no CULT (Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura) onde desenvolve pesquisa no campo das políticas culturais para o acesso ao livro e promoção leitura na América Latina. Considerado uma grata revelação da poesia baiana, participou de antologias e a sua estreia foi em 2004 com o livro de poemas “Pedra Retorcida” (Fundação Casa de Jorge Amado), vencedor do Prêmio Braskem de Cultura e Arte do mesmo ano. Em 2006, publicou "Portuário", edição bilíngue Português/Espanhol (Cartagena de Índias, 2006). Seguido do livro de poemas “Em Nome dos Raios” (Expressão / 2009). Sua produção mais recente é Uno - Tríade para encantentos - Intervenção poética AINDA O MAR (Buenos Aires, 2011). Em 2005, fundou em Cachoeira, a ONG “Casa de Barro Cultura Arte Educação”, onde atualmente presta assessoria na área de Literatura, Livro e Leitura para ações do Programa de Incentivo à Leitura e Escrita Oju Aiye.


http://uno-aindaomar.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/joaovanderlei.demoraesfilho?fref=ts

Lançamento de livros - Cleberton Santos



Cleberton Santos é poeta, crítico literário e professor do IFBA - Campus Paulo Afonso. Nasceu na cidade sergipana de Propriá, em 14/05/1979, e atualmente vive em Paulo Afonso - BA. Foi vencedor do Prêmio Escritor Universitário Alceu Amoroso Lima, da Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, em 2002. Participou dos projetos Malungos, Poesia na Boca da Noite, Caruru dos 7 Poetas, Café Literário do III Congresso de Educação de Vitória da Conquista, VII Bienal do Livro da Bahia 2005 e Imagem do Verso. É Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Publicou os livros de poesia Ópera Urbana (2000) e Lucidez Silenciosa (2005, Prêmio de Arte e Cultura Banco Capital). Em 2007, recebeu o Prêmio WALY SALOMÃO da Academia de Letras de Jequié / BA. Tem poemas publicados na antologia ANOS 2000 - Roteiro da Poesia Brasileira, Global Editora, 2009. Publicou "Cantares de Roda" (português-espanhol). A foto do meu perfil é do fotógrafo baiano Ricardo Prado. Meu novo lançamento é "Aromas de Fêmea" (poemas eróticos).










http://clebertonsantos.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/cleberton.santos.92


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Participação do Professor Osmar Moreira (Campus II - Alagoinhas) - DIA 05/11/2013

[para pensar/refletir]


cápsula política nº 15


por que cursos de letras foram/são fechados na uneb?


esta será a questão que procurarei abordar no v selet - semana de letras do campus xxii (euclides da cunha) que, entre os dias 5 e 6 de novembro, debaterá o tema: a uneb no século xxi: os (des)caminhos das letras na contemporaneidade. tomarei com ponto de partida uma série de estudos sobre a uneb, a exemplo do evasão na educação superior: uma aproximação com o fenomeno na universidade publica, de maria izabel de quadros vivas (doutoranda do ppgeduc), a formação de professores em serviço: o parfor na bahia, leila pio mororó (uesb), e de informações coletadas no site http://www.sec.ba.gov.br/cee/noticia42.html tratando de “estudos da problemática da evasão nos cursos de graduação da uneb”, cujas soluções apresentadas ao conselho de estadual de educação, foram, entre outras “ a suspensão de 2 cursos de letras”. como uma universidade, de fato, só faz sentido se cria, permanentemente, as condições para anulação e desmontagem dos dispositivos do estado (este sempre em conluio com o capital), que é sempre estado de exceção, sobretudo na “democracia” contemporânea, então, esperamos, em euclides da cunha recolocar em cena, com os coletivos de lá, o direito de estudantes de letras, professores, técnicos, de voltarem a sonhar com cursos de letras ativos e enquanto ciência e ação direta. que o campo linguístico-literário, na uneb, com “n” cursos espalhados pela bahia, e seus mais de 300 professores, 4.000 alunos regulares, possam entrar em movimento a favor da inserção urgente desses cursos no plano institucional da universidade uneb e não sejam mais confundidos com cursos de pedagogia (que tem sua própria grandeza e não precisa dessa confusão). todos/as ao v selet para que seja possível - como querem os organizadores - a organização de um manifesto contra “as condições humilhantes de trabalho”. em anexo alguns textos. boas leituras. saudações libertárias.

osmar moreira



FONTE: Texto enviado via e-mail pelo autor. 
Disponível também em: <https://www.facebook.com/pages/Elei%C3%A7%C3%B5es-UNEB-2013/203845033115910>
https://www.facebook.com/osmar.moreira.798?fref=ts


Osmar Moreira - Possui graduação em Letras Vernáculas com Inglês pela Universidade Católica do Salvador (1988). Especialização em Estudos Literários pela UEFS (1993). Mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (1996). Doutorado em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (2001). Pós-doutorado pela Université Paris 8 (2004). Desde 1990 atua como Professor na UNEB e teve também experiência como Professor Visitante, durante 02 anos (2002/2004), na Université Bordeaux 3, França. Atualmente é professor pleno da Universidade do Estado da Bahia. Tem experiência na área de Letras Multicultural, com ênfase em Literatura Comparada e Crítica Cultural atuando principalmente nos seguintes temas: tropicalismo, cinema novo, subalternidade, micropolítica e políticas da cultura e da subjetividade. Como um dos criadores e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural, gestões 2009-2011, 2011-2013, produziu e conseguiu aprovar projetos de infraestrutura relevantes, a exemplo do subprojeto Centro de Pesquisa Avançada, Documentação Cultural Interdisciplinar e Laboratórios de Produção (FINEP - PROINFRA 02/2010), o projeto Cinema Digital: Um laboratório audiovisual de Crítica da Cultura (Fapesb 11/2012), o subprojeto Estação do Livro Digital (ProEquipamentos Capes 024/2012), além de coordenar o PROCAD entre o Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural e o Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UFMG, com o Projeto Arquivos literários e culturais: representações e políticas do valor (MCT/CNPq/MEC/CAPES - Ação Transversal nº 06/2011). 

Programação - V SELET - SEMANA DE LETRAS DO CAMPUS XXII




Data – 05/11/2013 (TERÇA-FEIRA / NOITE)



19h - CONFERÊNCIA DE ABERTURA

• Prof.° Mestre João Vanderlei de Moraes Filho (Diretor do Dept.º do Livro e da Leitura – Fundação Pedro Calmon) Plano Estadual do Livro e Leitura: Políticas e práticas transversais de leitura na Bahia
 


20:30h - MESA 1
A UNEB no século XXI: panorama atual e bases para o enfrentamento de desafios

• Prof.° Dr. Osmar Moreira (UNEB em Alagoinhas)
• Representante da PROGRAD
• Representante dos Diretores da UNEB – Deijair Ferreira da Silva (Campus XIV – C. do Coité)
 



Data – 06/11/2013 (QUARTA-FEIRA / TARDE) 


13h – MESA 1
Uma prosa sobre poesia: a força da palavra

• Prof.° Mestre e poeta Cleberton Santos
• Escritora Rita Santana
• Prof.º Mestre e poeta Adriano Eysen – Mediação
• Prof.ª Doutora Andréa Mascarenhas – Coordenação

  • Lançamentos dos livros de Cleberton Santos:
                     Aromas de Fêmea (poesia-2013)
                     Estante Viva (ensaio-3-13) 

15:30h - MESA 2
A docência no ensino superior: contextos da multicampia da UNEB

• Representante da ADUNEB
• Representante do corpo docente do Campus XXII - Prof.° Adriano Eysen

• Representante do corpo técnico do Campus XXII - Edilson Moraes
             - PROPOSIÇÕES DA ÁREA

 


Data – 06 de novembro de 2013 (QUARTA-FEIRA / NOITE)





19h – MESA 1
Leituras e leitores em Euclides da Cunha

• Profª Mestre Luciana Alves Dourado de Alcântara
• Profª Nilzete Miranda
• Profª Eulina César
 


20:30h – MESA 2
O ensino superior a partir dos prismas estudantil e técnico - flashes da realidade unebiana
• Representante da UNE ou DCE
• Fagner Bitencourt (Ex-presidente do então Diretório Acadêmico do Campus XXII)
• Alisson Vital (Ex-presidente do então Diretório Acadêmico do Campus XXII)
• Atual equipe do CAL (Centro Acadêmico de Letras do Campus XXII)
• Representantes do corpo técnico do Campus XXII

          - PROPOSIÇÕES DA ÁREA
          - SOCIALIZAÇÃO DO MANIFESTO DO CAMPUS EM

          RELAÇÃO AO TEMA DA V SELET (COM AS
          PROPOSIÇÕES DE CADA SEGMENTO) 
  • Encerramento

V SELET - SEMANA DE LETRAS do DCHT XXII, 05 e 06/11/2013




TEMA: A UNEB no século XXI: Os (des)caminhos das Letras na contemporaneidade
DATA: 05 e 06 de novembro de 2013 



APRESENTAÇÃO




Caros pares, saudações.
 

Em legítima reuniâo do Colegiado do DCHT XXII, com docentes, representantes dos corpos discente e técnico, diretor e coordenadora do Colegiado de Letras, ocorrida dia 03/10/2013 pela manhã, ficou decidido que a V Edição da SELET - Semana de Letras, a ser realizada nos dias 05 e 06/11 (noite e tarde/noite), será um momento de protesto e reflexão crítica, necessário frente à realidade que estamos vivenciando agora, em relação ao Decreto 14.710 de 14 de agosto de 2013, pro(im)posto pelo Governo do Estado da Bahia.
Há anos estamos diante de ações que minam as bases da educação, não só a superior. É assim que realmente estão fadados a fechar os cursos de licenciatura. Assim teimam em derrubar o ensino de qualidade no País. E assim se formam cada vez mais profissionais desqualificados e a/críticos, sobretudo professores.
 
Com essa configuração do evento e diante da situação perigosa e alarmante para a base que sustenta a Universidade – Ensino, Pesquisa, Extensão – tripé indissociável, ficou acordado que serão esclarecidos pontos da vida acadêmica que ficaram/ficarão prejudicados, este ano e o próximo (2013/2014) e será apresentada a situação para toda comunidade acadêmica.
 
Outro ponto de sugestão destacado pelo grupo durante a reuniâo foi que, ao final do evento, deverá ser formalizado um documento/manifesto para expressar a posição dos vários segmentos que formam o nosso DCHT e sua plena divulgação. Ficou ressaltada nossa disposição para realizar o evento mesmo em condição precária como a que estamos vivenciando, pós-Decreto.
 
Todos os professores se prontificaram a participar e a convidar profissionais da área, mas nos sentimos constrangidos a submeter pessoas de reconhecido saber a situações humilhantes de trabalho (sem estrutura financeira mínima para pagar pró-labore) e que só vem a fragilizar ainda mais a prática intelectual no país e a educação de modo geral, que já vem sendo tão relegada a patamares humilhantes, fruto de ações descabidas do sistema administrativo/financeiro público vigente que, infelizmente, engloba e atinge o setor educacional, do qual fazemos parte, por meio do nosso trabalho.

Mui atenciosamente, 
Prof.ª Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva


                ------------------------------------------------------------------------------------------------




COORDENAÇÃO
Prof.ª Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
 
REALIZAÇÃO
DIREÇÃO DO DCHT-XXII – Prof.° Edson Barreto Lima
COLEGIADO DE LETRAS – Prof.ª Juciana Santos Cerqueira
NUPE – Prof.ª Miriam Barreto de Almeida Passos
 
APOIO
Professores, Estudantes e Técnicos do DCHT-XXII
Grupo de Pesquisa – Literatura e Diversidade Cultural: imaginário, linguagens e imagens
PIBID (UNEB/Capes)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PROGRAMAÇÃO DO DIA - 28.11.2012 (quarta-feira) - IV SELET


EL SHADAI
QUARTA-FEIRA – 28/11/2012 (tarde)



Mesa 1
[Diálogos poéticos, cinematográficos e teatrais]
[Mediação participativa: Gabriela dos Santos Barbosa - IC/UNEB]

13:30
Luar do Conselheiro (poeta)

14:00
“Diálogo entre arte e vida:
permanências biográficas”
Uendel de Oliveira Silva – PPGAC/UFBA

14:30
Olney São Paulo: maldição e esplendor em Manhã Cinzenta
Maria David Santos – PPGLDC/UEFS




Mesa 2 – Seção de comunicação
Literatura baiana


15:30
A TRILOGIA MORTAL DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA NO MÍSTICO UNIVERSO BAIANO
Alexandre Santos de Oliveira

15:45
O XENTE! EU NÃO SABIA!? LAMPIÃO NA VOZ, NA MEMÓRIA E NA LITERATURA DE CORDEL DO SEMI-ÁRIDO BAIANO
Janete Costa Santana dos Santos

16:00
O PAPEL DO (S) NARRADOR (ES) NOS CONTOS CONTEMPORÂNEOS:A MOÇA DOS PÃEZINHOS DE QUEIJO E UM CORPO SEM NOME, DE ADONIAS FILHO
Cristina de Jesus Oliveira
Edilene de Andrade Correia








EL SHADAI
QUARTA-FEIRA – 28/11/2012 (noite)




MESA 1
[O Programa PIBID na UNEB]

[Mediação participativa: Professoras Camila Figueiredo e Patrícia Júlia – Equipe PIBID/UNEB]

19:30
Eliene Barbosa - PIBID/UNEB
"O PIBID como possibilidade de interlocução entre a Universidade e a Escola"


Andréa do N. M. Silva - PIBID/UNEB
Cleide Alecrim - PIBID/UNEB
Joelma Márcia Oliveira - PIBID/UNEB
Maria das Graças César - PIBID/UNEB
[Debatedoras]



Mesa 2
Experiências do PIBID/Campi I e XXII

20:45
LEITURA IMAGÉTICA: UM MECANISMO RELEVANTE PARA A COMPREENSÃO DE CONTEÚDOS NA SALA DE AULA
Ana Érika de Souza Fernandes
Rildo Vivaldo Teles

21:00
DO ORAL PARA O ESCRITO: O FUTURO VERBAL
Monique Ricardo Campos Guerra

21:15
A CONSTRUÇÃO DE SENTIDO NAS REDAÇÕES ESCOLARES – UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID-UNEB
Flávia Ferreira Lopes

terça-feira, 27 de novembro de 2012

MÚSICA - PERGUNTE AO MESTRE? Autoria: Ana Naara de Almeida Cunha (graduanda do Curso de Letras, Campus XXII)

Pergunte ao céu quantos grãos há de terra
E às estrelas quantos palmos têm a serra
Pergunte a lua quantas pétalas têm uma flor
E às nuvens se a fruta tem sabor
Pergunte ao sol quantas gotas tem o rio
E a Marte o tamanho do Brasil.


Pergunte a si se aprender é cartesiania
E se a leitura é somente uma obrigação
Pergunte a si se da palavra vazia da pra extrair inspiração.


Pergunte ao ferro qual o peso de um poema
E a folha se toda a força é extrema
Pergunte a pedra o valor da alegria
E a lenha o poder da fantasia
Pergunte a letra o tamanho do saber
E ao tijolo a importância de viver.


Quem cultiva a semente do saber?
De onde vem a arte de aprender?
Liberto-me silente das prisões
Para fazer tais inquirições
Faço-me intermináveis poesias
Jamais me rendo a engessante letargia.

RESUMOS aprovados - parte II

O XENTE! EU NÃO SABIA!? LAMPIÃO NA VOZ, NA MEMÓRIA E NA LITERATURA DE CORDEL DO SEMI-ÁRIDO BAIANO

Janete Costa Santana dos Santos[1]
Orientadora: Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva[2]

RESUMO: Foi por meio da proposta do projeto intitulado (Re)conhecendo um dos sertões baianos: sistematização e registro de expressões artístico-culturais do semi-árido, da Profª. Drª Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva, que surgiu o subprojeto O xente! Eu não Sabia!? Lampião na voz, na memória e na Literatura de Cordel do semi-árido baiano. Nesta primeira etapa da investigação tivemos o propósito de pesquisar a passagem do bando do cangaceiro Lampião nos municípios de Tucano, Quinjingue, Monte Santo, Canudos, Várzea da Ema e Euclides da Cunha, municípios localizados no semi-árido baiano. O subprojeto tem como finalidade conhecer histórias referentes à passagem de Virgulino Ferreira da Silva e seus jagunços nos locais citados. Dessa presença ainda viva hoje, nos sertões baianos, partimos desse contexto para (re)conhecer quais os vestígios da passagem cangaceira que ainda podem ser levantados nesse século XXI, seja na oralidade ou na Literatura de cordel. Ao conhecer a história que não aparece registrada nos livros, alcança-se uma das contribuições desse trabalho, que é justamente tentar desmistificar estereótipos em torno do mito Lampião. Dessa maneira, o Subprojeto teve como finalidade conhecer as histórias que ainda são contadas sobre a passagem de Virgulino Ferreira da Silva e de seus jagunços pelas localidades mencionadas, narradas por pessoas anônimas, geralmente idosas (algumas com mais de 98 anos de idade). Ao conhecer e registrar o que nossos griots narram/rememoram foi possível reconhecer o contexto e os vestígios deixados em nossa memória e nas tradições orais ainda em circulação nos Municípios citados. As narrativas de cordel também serviram de base para este trabalho, uma vez que registram, na letra, a oralidade que se formou em torno de Lampião não só nesta região. Os primeiros teóricos estudados foram Jerusa Pires Ferreira, em Matrizes Impressas do Oral, e Luís da Câmara Cascudo, em Literatura Oral no Brasil. Os referidos teóricos explanam sobre a literatura de cordel.

Palavras-chave: Lampião. Memória. Tradição oral. Cangaço na Bahia.


A TRILOGIA MORTAL DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA NO MÍSTICO UNIVERSO BAIANO

Alexandre Santos de Oliveira[3]
Orientadora: Rosana Carvalho da Silva Ghignatti[4]

RESUMO: O presente artigo tem por finalidade apresentar uma análise comparativa (método de trabalho), parcial, entre o romance A morte e a morte de Quincas Berro D’ Água (1958), do escritor baiano Jorge Amado, e a adaptação dessa obra para o cinema, Quincas Berro D’ Água (2010), dirigida pelo cineasta Sérgio Machado. Objetivamos elencar as possíveis semelhanças e/ou diferenças entre a obra amadiana e a versão fílmica, a fim desmistificar o olhar muitas vezes errôneo que geralmente é lançado sobre as releituras, paráfrases e transcodificações de grandes obras artísticas, sejam elas literárias, fílmicas ou musicais. Concebemos assim, as releituras, como processos de criação artística com caráter e especificidades próprias, já que não devem fidelidade total às produções que serviram de matéria prima para a transcodificação. Para isso, adotar-se-ão, as contribuições teóricas de Tania Carvalhal (2006), Ana Maria Machado (2006), dentre outros.

Palavras-chave: Literatura Comparada. Obra literária e fílmica. Quincas Berro D’ Água. Jorge Amado,


O PAPEL DO (S) NARRADOR (ES) NOS CONTOS CONTEMPORÂNEOS:
 A MOÇA DOS PÃEZINHOS DE QUEIJO E UM CORPO SEM NOME,
DE ADONIAS FILHO

Cristina de Jesus Oliveira[5]
Edilene de Andrade Correia[6]
Orientadora: Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva[7]


RESUMO: Objetiva-se, com a presente comunicação, apresentar uma análise literária acerca da questão do narrador e da contemporaneidade nos contos “A moça dos pãezinhos de queijo” e “Um corpo sem nome”, contidos no livro O Largo da Palma, do autor Adonias Filho. Pretende-se mostrar, nas duas narrativas, um ponto de união entre elas – o protesto. Para empreender a contento a leitura e o estudo dos contos, fez-se necessário, antes, compreender como se realiza uma análise literária, o que se entende por contemporaneidade e qual o papel do narrador dentro de uma história (narrativa literária). Para tanto, utilizaremos como aporte teórico, as discussões propostas por: Sérgio Paulo Adolfo (2002), Maria de Lourdes Netto Simões (1997/98), Tânia Pellegrini (2001), Karl Erik Schøllhammer (2008), Massaud Moisés (1999) e Cândida Vilares Gancho (2002). A metodologia empregada para a construção do trabalho pautou-se na pesquisa bibliográfica e eletrônica, a partir de banco de dados e de fontes virtuais. Este texto é o resultado de um artigo que foi solicitado pela professora Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva que lecionou, no 6º semestre 2012.1, o componente curricular “Estudo da Ficção Brasileira Contemporânea”, solicitando dos acadêmicos  a apresentação de obras contemporâneas, para discentes do Ensino Médio que estão se preparando para o vestibular, ou melhor, obras que irão constar no processo seletivo UNEB 2013.

Palavras-chave: Narrador. Adonias Filho. Conto.



A INFLUÊNCIA DO PIBID UNEB NO PROCESSO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO MÉDIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAS

 
Liliane Silva de Aquino[8]
Orientadora: Cleide Selma Alecrim Pereira[9]


 
RESUMO: O presente artigo nasceu a partir das experiências vividas, desde 2010, como aluna bolsista no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, nas oficinas do subprojeto Jornal Escolar: um artefato de aprendizagem integrado ao ensino de língua portuguesa. Tal projeto trabalha com a leitura, a escrita e a reescrita como um caminho para a construção da cidadania e formação dos discentes, assim como o desenvolvimento da competência discursiva através dos gêneros textuais constitutivos do jornal nas aulas de Língua Portuguesa no ensino médio, enfatizando a produção com gêneros textuais jornalísticos como notícia, crônicas etc. De porte das orientações teóricas da Linguística Textual, trabalhamos os seguintes autores Marcuschi, Koch, Elias e Martins como suporte teórico, objetiva-se neste artigo evidenciar o PIBID enquanto atividade acadêmica que possibilita aos alunos da licenciatura a experiência na prática docente. Para tanto, as atividades metodológicas do projeto estão calcadas em leitura teórica, atividades práticas em sala de aula com a escrita, correção e reescrita das produções dos alunos e publicação dos textos selecionados por nós. Toda a atividade ocorreu em turmas do ensino médio do Colégio Estadual da Bahia-Central em Salvador. Como resultados, agregamos conhecimentos, não só para os alunos discentes do colégio, como para os bolsistas de iniciação a docência em formação e também para a instituição escolar, o que destacou a importância de se manter um elo entre a instituição acadêmica e os demais espaços da sociedade, reafirmando assim a indubitável indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Palavras-chave: Leitura. Produção textual. Escrita/reescrita.


AS MÚLTIPLAS FACES DE DORA, EM CAPITÃES DA AREIA,
DE JORGE AMADO

Joelma Santos da Costa[10]
Maria José Oliveira de Souza Peixinho[11]
Orientadora: Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva[12]


RESUMO: Neste artigo trataremos da obra Capitães da Areia, do escritor Jorge Amado e, de modo particular, sobre a personagem Dora, que foi analisada dentro do viés “mulher, personagem e transgressão feminina”. Com base nos estudos de autores como Belkis Morgado, Ivone Maria Xavier de Amorim Almeida, Ana Helena Cizotto Belline (entre outros), pode-se entender como Dora foi apresentada no cenário social da época e retratada na narrativa, em meio às situações vividas pelo grupo de menores órfãos abandonados da capital baiana, do qual fazia parte. Considerou-se como elementos fundamentais de reflexão não só os processos de vida dos meninos de rua, mas as causas que os levaram a articular estratégias de sobrevivência naquele cenário urbano, onde as desigualdades sociais se tornaram marcas bruscas ao longo dos anos, sem definição ainda hoje. Chegou-se à conclusão, a partir dos estudos teórico-reflexivos, que a personagem estudada apresentava comportamentos com características opostas aos costumes e padrões exigidos na época, constituindo-se assim em uma figura transgressora. Este artigo foi feito com base em pesquisas bibliográficas e eletrônicas.

PALAVRAS-CHAVE: Jorge Amado. Capitães da Areia. Mulher. Estudo de personagem. Transgressão feminina.


A CONSTRUÇÃO DE SENTIDO NAS REDAÇÕES ESCOLARES –
UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID-UNEB

Flávia Ferreira Lopes[13]
Cleide Sema Alecrim Pereira[14]


RESUMO: O presente artigo surgiu a partir das experiências adquiridas no decorrer das atividades realizadas como aluna bolsista no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto Jornal Escolar: um artefato de aprendizagem integrado ao ensino de língua portuguesa, desenvolvido no Colégio Estadual da Bahia em Salvador. Um dos objetivos do sobprojeto é o trabalho com a leitura, a escrita e a reescrita de textos produzidos pelos alunos durante as oficinas na escola para posterior divulgação e publicação em boletins e jornal escolar. Tomando a Linguística textual como teoria-suporte, e especificamente os estudos dos autores, Koch e Elias (2011), Antunes (2003), Passareli (2004) Marcuschi (2001), Possenti (2008) e Costa Val et al (2009), esse artigo tem como objetivo central evidenciar a importância da atividade de escrita e reescrita para construção de sentido das redações escolares, bem como refletir sobre os desafios enfrentados durante esse processo. Ao fazer parte de um projeto de iniciação à docência, cujo objetivo é trabalhar com a produção textual, foi possível entender a escrita como um processo e não um produto pronto, como muitos a consideram. A reescrita é uma atividade cuja perspectiva é fazer com que o aluno consiga refletir sobre a sua escrita, bem como escrever de forma clara e objetiva. Sendo assim, o ato de rever o texto consiste sempre na buscar do sentido daquilo que se escreve. Revisar é ir além de corrigir, porque pode significar também alterar o texto em aspectos que não estão errados. Por esse motivo é tão importante que o professor saiba conduzir o aluno nesse processo de revisar o texto.

Palavras-chave: Lingüística textual. Construção de sentido. Escrita/reescrita.



[1] Graduanda em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia/ Campus XXII – Euclides da Cunha – BA.
[2] Professora da UNEB (Graduação e Especialização). Doutora em Comunicação e Semiótica, PUC-SP (2009).
[3] Graduando em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia/ Campus XXII – Euclides da Cunha – BA.
[4] Professora da Rede particular de Ensino – Riachão/BA. Mestre em Literatura e Diversidade Cultural (UEFS).
[5] Graduando em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia/ Campus XXII – Euclides da Cunha – BA.
[6] Graduando em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia/ Campus XXII – Euclides da Cunha – BA.
[7] Professora da UNEB (Graduação e Especialização). Doutora em Comunicação e Semiótica, PUC-SP (2009). 
[8] Graduando em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia/ Campus I – Salvador/BA. Bolsistas de ID/PIBID, Campus XXII e Campus I.
[9] Professora da UNEB. Especialista em Linguagem (UFBA). Coordenadora de Área - PIBID/UNEB.
[10] Graduando em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia/ Campus XXII – Euclides da Cunha – BA.
[11] Graduando em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia/ Campus XXII – Euclides da Cunha – BA.
[12] Professora da UNEB (Graduação e Especialização). Doutora em Comunicação e Semiótica, PUC-SP (2009).
[13] Graduando em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia/ Campus I – Salvador/BA. Bolsistas de ID/PIBID, Campus XXII e Campus I.
[14] Professora da UNEB. Especialista em Linguagem (UFBA). Coordenadora de Área - PIBID/UNEB.